segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Saturno, em retorno...


[A Roda da Fortuna - Jean Delville, 1940]

Saturno, seu velho
cretino e sábio
Vens me ceifar os sonhos
Grãos que escoam
das Areias do Tempo
no teu andar arrastado

Não me deixa viver as quimeras
Alheias a tua presença
Que insiste
Nas rugas que surgem no espelho
Ou na dor que brota nos ossos
Lembrando sempre
O escravo que sou
deste teu caminhar

Saturno, soturno...
O que afinal espreita esse teu novo retorno?

Ao fim e ao cabo
seremos todos tragados
pela ambição do teu poder...
Pai terrível
Devorador de seus filhos

Quiçá haja meios
No espaço entre os teus passos
de haver grandes feitos
Aquém dessa limitação
Para que não reste apenas
O fantasma de um tempo em vão.




<----- Clique para ver mais postagens dessa categoria.

Nenhum comentário: